Petrificados, fixos,
nenhuma luz explica
tanta perplexidade.
Sós, imobilizados
por superpostas caixas
pretas, sob o clarão
de magnésio e poder,
seus olhos são bisontes
renascendo da terra,
do sangue, da vergonha
antepassada em mortes
sem resgate. Olhares
só para serem vistos.
Mas interrogam, fitam.
São troféus de vitória.
Izacyl Guimarães Ferreira
Do livro: "Ocupação dos sentidos", Scortecci, 2001, SP