SOBREVIVER

Não precisa dizer nada,
por favor, já chega!
Basta de censuras;
recuso toda e qualquer opinião.
Já tenho uma idéia formada
nessa minha cabeça tola e teimosa.
Viverei daqui para a frente
em função do passado;
de nosso amor fortuito,
das nossas horas nuas,
cruas,
nossos momentos...
Sobreviverei de migalhas,
de restos de amor
que você foi deixando escapar,
de vez em quando, sem notar.
Lamberei suas pegadas,
guardarei no olfato seu perfume;
sua voz melodiosa
está bem arquivada no meu gravador.
Quanto à sua imagem, não preciso de nada,
tenho-a gravada,
eterna,
em minha retina.
Suas cartas...benditas cartas
sei-as de cor
— é disso que vivo —
Tudo bem, assim? Só se for pra você...
Para mim, tudo mal! Fazer o quê?
É só uma forma de
SOBREVIVER

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