O
que
sou
pra
você?
Sou
apenas
versos
e
tenho
muitas
prosas.
Sou
a
palavra
escrita
na
tela
do
computador.
Não
me
olha,
não
me
toca,
não
me
ouve.
Só
me
lê .
Só
me
aplaude
.
Não
revelo
meu
segredo.
Não
ficamos
juntos
vendo
o
mar.
O
telefone
mal
toca
vez
ou
outra.
Quando
toca
!
É
sempre
profissional.
É só,
olá,
como
vai ?
Até
logo.
Ouço
sua
voz
e a
distância
compactua
com
os
fios
,
compasso
armado
do
progresso.
No
telefone
a
timidez
nos
alcança
justamente
por
conhecermos
melhor
nossas
letras
que
nossas
vozes.
O
windows
nos
anuncia
com
mais
freqüência
Seu
e-mail
chegou.
Mudou
a
fonte.
Mudou
a
cor.
Fico
feliz.
E a
palavra
escrita
continua
a ser
linear.
O
que
sou?
Quem
é
você
?
Queria
ficar
perto,
tomar
um
vinho,
ouvir
um
som,
jogar
baralho.
Vejo
sua
fotografia,
será
mesmo
você
?
Imagino
o seu
dia.
Não,
nem
sabe
do
meu.
Nem
perguntou.
Num
porta-retrato
posso
ter
sua
imagem,
mas...
diriam:
enlouqueceu.
Nem
conhece,
nem
toca,
nem
convive.
Sabe
um
nome,
um
nick,
e
...nada
mais.
Eu
me
pergunto,
que
amizade
é
essa?
Existirá
uma
amizade
assim?
Poderemos
fazer
disso
realidade
consistente
?
Já
andei
me
estrepando
por
aí...
E
você
, se
pergunta
também?
Sentimos
a
mesma
coisa
?
Nem
disso
falamos.
Nunca
falamos.
Só
escrevemos
.
Dizer,
vamos
sair,
seria
trocar
de
chat,
trocar
de
lista?
Vamos
continuar
a ser
prosa
e
verso
nessa
rede
sem
início
nem
fim?
Tem
que
ser
assim?
E
quando
nos
desentendemos,
nos
deletamos
simplesmente
?
Será?
Cláudia Villela de Andrade