Nas bordas da lua cheia
caminhos do rio mar
aprendi cores de um mundo
fogo aro do tempo
náufrago do teu amar.
E na arte de ser – aprendendo
essência do meu lugar
tilheiro de tantos verbos
segui boiando destino
nas correntes do decifrar.
Não peçam o que não tenho
minha moldura é mordaz
há um brado de ternura
outro braço de loucura
madrigal e soluçar.
Não nasci pra ser pachola
isso de mim ninguém rouba
uma delas é a viola
que me redime e me devora
ao dom divino de cantar.
Não importa aparências
não importa fidalguia
eu só vivo da certeza
de ser livre cantilena
homem pássaro sonhar.
Pois caminhando nessa estrada
cumpro a sina de menino
engajado nesse aboio
de fazer do amor esse comboio
a resistência de lutar.
Eduardo Dias