A escrivaninha e solitária...
Bolotas de papel em solidão.
Restos de um poema abandonado
Escorrem os seus versos pelo chão.
Uma caneta tremula com o vento.
Sonhos se espalham pelo ar.
A rima de um soneto, em silêncio
Aguarda novo tempo prá falar...
Flores espreitam da janela.
Lembram o versejar de uma canção.
O lirismo do verso do poeta
Murmura o seu canto em refrão.
O canto se eterniza
O sonho se ascendeu.
O poema é imortal...
O poeta é que morreu.
***
Adeus poeta Mário Lago... (RJ/RJ, 26/11/1911
- 30/05/2002)
Guido Carlos Piva