Com dedos frios
a borboleta escolhe flores
e logo retorna ao sonho.
Somente as cores
serão guardadas
e o perfume de algumas delas.
Foram asas
aquelas pétalas
hoje desfeitas pela alvorada.
A borboleta
leva a paisagem em que estou.
Já não me vê nem lê me nome
o verde que me sonhou
Lenilde Freitas
Do livro: "Tributos", Editora Giordano, 1994, SP