Enxergo-te
e deixo o verso,
apago as marcas,
esqueço os planos,
simples asas de sonhos
- agora as vejo -
e antes que seja tarde,
evito aquarelas
onde vi desenhadas
tuas palavras,
coisas que eu quis ouvir.
Enxergo-te
e deixo o verso,
tudo que imaginei
de tuas mãos sair
ou em teus gestos morar
- coisas que eu clamava -
e eram isto:
coisas que eu clamava...
agora, de toda forma
só pode ser de uma forma,
a de adeus.
Enxergo-te
e deixo o verso,
então é não,
mil vezes não,
retomo de tuas mãos
meu coração,
que não o quero mais teu,
prefiro-o só meu
a partir de agora
e desde então,
Adeus!
Cissa de Oliveira