Quantas vezes,
minh'alma louca,
vida pouca,
ao mundo quer gritar...
Mas minhas mãos,
paralíticas,
por demais analíticas,
sufocam-me,
negando-me poemas,
me deixando sem meu ar.
Noutras vezes,
mudo de espanto,
meu coração nem quer se mostrar.
Mas meus dedos,
teimosos,
com jeitinho,
fazem cócegas,
teclam rapidinho,
e meus sentimentos,
ao mundo,
correndo,
vão mostrar...