Vão-se embora
Meus encantos
Meus espantos
Sem demora.
A febre de vida
Segue anuviada
Até que o sol se ponha
Na eternidade.
Sigo meu caminho
Que não sei onde vai dar
Decerto num abismo profundo
Com cheiro de absinto
Misturado à vela.
Que seja negro, ainda penso.
Porque pensando penso
Que nada do que foi
Em verdade foi.
Se de um lado está a menina,
Do outro floresce a mulher
E, logo em seguida, a anciã.
Que as irmãs, donas do destino,
Venham me visitar:
Tem pão-de-ló no guarda-comida.
Não me importo mais.
Humano ou breve,
Casto ou perene,
Nada resta.
Bem-vindas as Moiras.
Chá com biscoitos
Do porvir em breve desfeito.
Venha a morte.