O amolador de tesouras
atravessa a rua
atrás do assobio
do realejo.
Eu o vejo
passar
e escuto o comentário
de moças vitalinas
debruçadas em janelas.
Elas
falam de donzelices,
esquerdos costumes alheios,
deslizes
e outras notícias.
O amolador segue,
dobra no fim da rua
e some.
A noite engole o dia;
a fome, agora, é outra fome.