Bela esta tarde repleta de nuvens,
belo o enredo do amar, em que choram
as chaves do corpo, a alma das coisas.
São alvos os caninos noturnos.
A agonia consciente e inconsciente,
passando ao sol poente.
No azimute, ao norte, a morte.
Bússola que nos orienta.
De tudo que nos é atento
salvam-se os salmos, ramos de pureza,
mágicas canções, a clava dos que oram,
violão nos olhos da aurora.
Lento é o visgo
de quem vive pra dentro.
Joaquim Moncks
Do livro: "O Poço das Almas”, Editora da Universidade Federal, Pelotas, 2000, RS