Por que me envenena?
Maldita solidão!
Me aponta o revólver na testa:
No altar como oferenda,
sacrificado sim.
É a sentença!
Senhor, nós não temos sangue inocente.
Nem cadelas no cio.
Nem escravos na feira.
SENHORRRR!?
Levanta as mãos para o céu,
encurva a cabeça.
Por enquanto chora.
Ciganas, enigmas, cânticos todos.
Dança do ventre, dança da serpente.
Por enquanto chove.
Hipnose!
1,2,3: Choque!
1, 2, 3: Choque!
Canção de ninar...
Dormem as crianças.
Dançam as tribos.
Ressuscita-me! Ressuscita-me!
Gritam de seus túmulos vazios.
Lançada é a semente.
A fogueira arde.
O fogo ilumina.
Molha os lábios.
Ressuscita-me! Ressuscita-me!
(suspiro)
Sim...
Carla Aka