Anjos que choram e estremecem quando recebem um abraço
Vivem nas ruas de um paraíso onde carinho é pecado
Anjos famintos comem as sobras da ilusão e do cansaço
Temem a noite, dormem juntinhos, sempre tem um acordado
Anjos sem asas querem romper com os grilhões da exclusão
E para isso pedem de nós mais que um pedaço de pão
Bastam migalhas do nosso amor para que voem sorrindo
Anjos rebeldes não se detêm ante a nossa afazia
Seguem vivendo, vivem esperando a última e doce agonia
Para enfim, no Paraíso, sentirem as asas se abrindo