O sol da juventude brilhou de forma estonteante
No límpido e transparente céu da minha infância
Trazendo nas fímbrias dos seus raios fumegantes
O calor dos anseios e a tímida brisa da constância
Cabelos ao vento! Brota o milharal dos desejos
no fértil coração ainda livre das sementes da
dor
Olhares furtivos! Floresce a afeição em lampejos,
entre os espinhos da paixão e o perfume do amor
Jorram dos lábios rubros de vida, miosótis de esperança
Onde o beija-flor do agora se farta do néctar da alegria
Esquecido da escassez que virá no outono da lembrança
Gorjeiam os rouxinóis dos hormônios entre sonhos e quimera
Estremece a vida, grávida de emoções, dando a
luz à harmonia
Até surgir enfim, das entranhas do ser, a esperada primavera