Eu vivo assim como um estranho
Na própria terra em que nasci
Sinto saudades de antanho
De um paraíso que perdi
Minha alegria é um sol poente
Como sangue se esvai na escuridão
E a tristeza é uma dor plangente
Companheira e algoz do meu coração
Um certo dia atravessei uma porta ... aberta
Para o reino dos sonhos onde fiz minha morada
Lá escrevo os meus versos, fantasio, sou poeta
Mas no fim sempre acordo e percebo ... não sou nada !
E assim vou vivendo nesse mundo de escarcéus
Sigo resignado, adiante, pedindo aos céus
Para que me liberte de tão grave desatino
Pois cada dia que passa é uma nova batalha
Sempre estou caminhando no fio da navalha
Sou um eterno escravo desse meu destino