A tarde suavemente se derramava em rosas rubras
Pelas vertentes sinuosas das montanhas ao longe
E a brisa, travessa como um beija-flor, fazia no ar mil diabruras
Trazendo lenitivo e conforto à minha face pétrea de monge
E foi então, em meio ao rufar das asas da escuridão
Que do nada tu surgiste! Ó iluminação devoradora
de desejos
Esvaziando por inteiro a mente cheia de aflição
Deste humilde peregrino que te buscava em segredo
O teu olhar de Pietá pousou na árvore do meu ser
Desabrochando a alegria, a flor sublime de ventura
Podando a hera da agonia, filha da ânsia de querer
E sem a moldura dos desejos no retrato da minh’alma,
Não bebo mais dessa tristeza na funda taça da amargura
Hoje o meu ser se dessedenta no oceano da tua calma