ASSASSINA

Torcerei teus dedos um a um até quebrarem
e esmagarei teu crânio de encontro à parede
Arrancarei as tuas tripas desnecessárias
e deixarei, frente ao pote d'água, morreres de sede.

Pisarei em teu corpo inerte no chão
e cuspirei saliva oxidante em tua sobra
Ferverei em óleo de cozinha o teu coração
e dançarei sobre ti uma enlouquecida polca

Vou nutrir os vermes com a tua carne
e engordarei lacraias com a tua morte
Vou sangrar tuas veias e te cortar em partes
e deixar-te-ei jogado à tua própria sorte.

E de tanto matar-te e por matar-te mil horas
talvez consiga matar-te em meu peito,
que por amor negado e desfeito
desespera, assassina e chora.

Patrícia Evans

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