Eu não escrevo por profissão.
Eu escrevo por necessidade do CORAÇÃO.
Desnudar a alma pede-me a vida/ a cada vez que eu entro em contato
com o mundo e comigo.
Eu não sou poeta, nem literato; talvez escritor...
Mesmo escritor, escritor de mim mesmo; dos meus desassossegos
íntimos e sociais.
Eu não burilo o vocabulário, nem metaforizo o necessário...
Sou apenas, um eu-profundo, e constantemente exigindo expressão.
Eu não colido minha rota com a arte e com o reconhecimento; nem quero o prumo das grandes elucubrações.
Meu poema não é necessário para além de mim...
Só existe razão nos meus versos se forem verdades
ditas no instante exato do querer...
Não deixa amigo... Minha voz secar; Meu pranto necessita
rolar; minha alta voz precisa escalar a montanha íngreme d’alma
para no topo ver o outro lado; /limiar\
onde a vida começa e recomeça todos os instantes...
Meu poema não sustenta-se no mediano das obrigações; nem tampouco, nos revoltosos atos da soberba e incompreensão!
Eu escuto alma e vozes da multidão para entoar minha canção...
À noite é o receptáculo do meu silêncio
que urde na poesia e declara:
/minha mágoa/, /minha ânsia/, /meu contentamento/,
/minha imperfeição/ e /minha dor/...