Percorres o espaço
tal qual a fada do desenho que faço.
Rondas e flutuas em diáfanas vestes,
cabelos voláteis, castanha fumaça,
móvel moldura do rosto
que se magnetiza e
leva consigo meu olhar cativo,
resvalante carícia
que em tuas formas deslizo.
Percorro teu corpo
com olhos aflitos que temem a fuga
da forma fantástica
a qual rodopia,
salta
e se insere
no limiar do sonho
que tange a lucidez do real.
Em meio à névoa que nos contorna,
voltas
e fazes viva a pequena criatura
que meu lápis esboçou.
A cabeleira verde brilha
crivada de áureas estrelas,
no curto vestido
transparecem formas da mulher
que estacou o espiralado bailado
e estende, à minha frente, dentro da névoa,
o perfume com que as florestas
convidam seus iniciados ao êxtase
do segredo