devoram as grinaldas da paisagem
os venenos do tempo derrocado
como um sortilégio de fecundo
mistério que se exala e nos consome
ferem as faces em nudez agônica
e nos comovem dentes de serpentes
num mergulho de trágica aventura
na suculenta polpa escura de
um ofego de mar contra os espaços
um vórtice de línguas inquietantes
sorve o sangue da aurora degolada
pelas espadas rubras dos olhares
a glória do êxtase e o anseio grave
contempla o canto limo de agonia