o poema prossegue com palavras
e sangue o seu destino concertado
de luz e treva de um silêncio longe
na concha da memória de procura
precisa ou estupor não ao veneno
que vertem as moradas mais acerbas
da razão nasce o vinho do poema
as imagens com signos de mistério
que o universo decifram que no olhar
tudo é o mesmo prisma do indeciso
o crepúsculo a mágica do efêmero
o poema alto cumpre o seu destino
na penumbra do tempo o necessário
vôo alça para a forma que o acolha