as cadelas pastavam o meu sonho
era tarde e ninguém sangrava o dia
não sei onde a vigília cisne ponho
não sei em que água a fábula se fia
desde o começo vinha vindo o lenho
cruzando o sangue negro do oceano
fervendo na derrota de onde venho
e onde gargalha abutre desumano
eu sei qual é a forma elementar
da angústia universal de seu minério
mal incrustado numa pedra de ar
eu aprendi o nome do mistério
eu não conto a ninguém o meu caminho
quem bebe do meu sangue como vinho