Os donos da indústria bélica
louvam a destreza das máquinas
em seus partos desvairados
de canhões, morteiros, bombas,
fuzis, metralhas e lâminas
nos campos da guerra.
Aplaudem os genocídios,
freneticamente. Brindam à saúde
de suas contas bancárias.
os donos da indústria bélica
sem olhos para os órfãos,
sem tímpanos sensíveis
ao clamor lancinante
das noivas e viúvas.
Os donos da indústria bélica,
parceiros de corvos, de abutres,
brindam ao regozijo das trevas
nos campos de batalha,
a sorver na mais funda sofreguidão
o sangue dos mortos.
Joanyr de Oliveira
Do livro: "Tempo de Ceifar", Thesaurus Editora, 2002, DF