Por ser calado
O ser alado
Levantou vôo.
Partiu batendo asas
Brancas, serenas,
De sofrimento negro.
E minha casa caiu,
Ruiu, desmoronou.
Seu peito brilhava,
Refletia o que sentia,
E, em plena agonia,
Não fez o que esperava.
E por não ter sido,
Tombei de lado,
caí falido.
Com facas nas mãos.
E o peito sangrava,
E o caos raiou,
E o sol se afogou.
Minhas pernas tremeram.
Um meteoro atrapalhou;
Três gotas suicidas
Se atiraram rumo ao chão.
E lá o vento varria as ruas
E cá ficaram as palavras tuas...
E você nem olhou para trás!