Dedicado ao genial Poeta Bioque Mesito
No abismo/
pós-
moder n i s t a
o império romano ainda existe
- é a babilônia, Marley!
Todos estão na ativa: bárbaros, mouros, europeus, selvagens, neonazistas, o escambau...
Ah! um capítulo especial para os ianques,
eles conseguem renovar, com seu sistema, os conceitos da morte
(arrogância, discriminação, genocídio, guerra,
paz... eles são péssimos mesmo).
Bukowiski me confessou num conto que foi massacrado
pelo modelo do sucesso norte/americano dos pátios escolares:
o ser, ser, ser, ser, ser, ser para ter. Mas de alguma forma ele escapou
(pelo menos tomou todas).
E ai de nós, os fracos, latinos arqueados, asiáticos partidos, africanos ferrados, os pobres, as mulheres da pobreza, os homens escravos. Salve os derrotados neste dia nebuloso.
Ai de nós, porque nada existe, muito menos Tribunais justos nesta terra de matéria implacável.
Para mim, este errante sem causa, basta correr parado, cooptado no vício, como uma sombra entre os escombros de Kadmandu, ferido na neve límpida manchada de sangue do Tibet, em algum palanque da América latina, um bósnio retornando para casa, um habitante da savana, um grito palestino sedento de medo e raiva;
basta qualquer olhar para saber
que na pós-modernidade a vida continua, sem qualquer novidade.
Eduardo Borges