quero minhas palavras
s o l t a
s
pela noite
quero minhas
palavras soltas
coordenadas
no largo da avenida
descendo
em
blocos
coloridos
do teto da cidade
caindo
em
gotas
sobre as telhas
pintadas nas paredes
pichadas nos muros
vingando na frieza
das mecânicas manhãs
e entre carros e fumaça
querominhaspalavraspresas
comprimidas
engarrafadas
negando fechados sinais
e sobre a compacta nudez mundana
quero minhas palavras livres
loucas
profanas
abrindo densas cortinas
reinventando cada traço
cada gesto
cada ato
em sua mágica dança