ARTAUD

vejo luas a Deus sucumbindo
lobos guardados nos moinhos
zumbidos estilhaçando meus ouvidos
sonhos cortados como vidros

poemas em seus fúnebres destinos
carpideiras chorando em véus e vinhos
guarneço de escárnios meus comigos
doze nós desfaço nos abismos

mas há um riso que iludir não consigo
quando cínica diz a Morte que me estima
como se ama rosas e meninos
feito luz nascendo moscas no umbigo

Tanussi Cardoso

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