CORES: INQUILINAS DO MUNDO

A cada nova aurora,
réstias de luz
brincam em nossas vidraças,
e aguardam a febre do meio - dia.

Na dispersão da luz
as cores se avolumam:
terra, laranja, amarelo e ferrugem.

Vestida de espectro solar, a natureza
realça sua viveza até afogar-se num pélago
de tintas outonais.

Entre contrastes, a lúcida pupila
acomodou sua alma
na visão edênica,
criando para si
um mundo ainda inconcluso,
advento da tônica final.

O que esta visão revela?
Um silêncio?
Uma ventania?
Uma canção?
Colhe-se canções quando em pranto
jogamos as sementes?

« Voltar