Moinhos de Vento

 Diante do pôr-do-sol
 sangrando em lágrimas
 vejo mais uma noite
 chegar sem o seu perfume
 Nunca senti meu corpo
 tão frio e sem vida
 pois seu calor está ausente
 e esse vento de repente
 vem girar minh’alma
 em agonizantes moinhos de vento

 Minha vida, agora morta
 jogada em um canto qualquer
 da noite que devora corações,
 necessita do seu toque
 do seu carinho contínuo
 Mas essa noite em orvalho
 frio é longa, me sinto sozinho
 e os moinhos, giram com
 o vento que sai dos seus lábios
 para me trazer mais saudade

 Estou calado,
 mergulhado em mim
 sentindo o vazio do eu
 que depois do seu,
 dos nossos beijos
 em gracejos lindos
 me falam de saudade
 Os moinhos de vento
 atentos a minha solidão
 guiam-me eternamente
 com barulho de moenda
 moendo meu coração

                                                 Paulo Nieri

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