SerãoRicardo GonçalvesNoite; silêncio lúgubre e completo.
No rancho de paredes barreadas,
Uma velha caipira conta ao neto
Coisa de assombração e almas penadas.Correm as lagartixas pelo teto,
E o pequeno, as pupilas dilatadas,
Ouve a história macabra do esqueleto,
Que foi visto a dançar pelas estradas.Na rede, os olhos fitos na fogueira,
Uma bela morena feiticeira
Sonha com sapateados e fandangos.Mas a velha se cala de repente,
Porque lá fora ouviu, distintamente,
Um soturno queixume de curiangos.