Triste filosofiaCarlos de LaetIa a Rosa vestir-se, e do vestido
Uma voz se desprende e assim murmura:
"Muitas morremos de uma morte escura,
Por que te envolva sérico tecido!"Ia toucar-se, e escuta-se um gemido
Do marfim que as madeixas lhe segura:
"Por dar-te o afeite desta minha alvura,
Jaz na selva meu corpo sucumbido!"Põe um colar, e a pérola mais fina:
"Para pescar-me quantos párias, quantos!
Padeceram no mar lúgubres sortes!"E Rosa chora: "Oh! desditosa sina!
Todo sorriso é feito de mil prantos,
Toda a vida se tece de mil mortes!"