Afinal o que sou?
Se não sei o que sinto,
Quantas vezes já amei?
Ou então fantasiei
Amores infinitos.
Sou gata de rua...
Sem amo sem dono
Sem gato e sem cama.
Sem laço de fita
Que faça eu sentir
Aflição no pescoço.
Sou gata de rua...
Só sei amar a Lua.
Sei enlear-me no macho,
Ser apertada num abraço
Comer, beber e sumir.
Sou gata de rua...
Sem dono e sem laço.
Yedda Gaspar Borges
Do livro: "2º Catálogo da produção poética impressa nos anos 90", Blocos, 1997, RJ