No espelho, eu me vejo um bicho
que fareja, eriça os pelos,
range as presas, tem nos olhos
a febre que o instinto lhe instila
para o salto, o sangue, a fuga.
No espelho eu me vejo um bicho
de pele sensível ao toque,
língua macia e nos olhos
a busca da mesma espécie
pro jogo das feras soltas.