O pensamento, essas mãos remotas
que te tocaram.
Te transformaram, fluindo em ti
uma vontade louca.
Um gosto acre, de amor,
invade a boca.
Uma sensação de contradição
revela o intangível.
Dissera que o prazer
supremo libera a alma.
E traz a calma nas manhas
dormidas ao relento.
Mas o pensamento
navega em turvas águas.
E nas magoas que brotam
em teus segredos.
As mãos do pensamento
acharam teu recanto.
E a voz te penetrou
em íntimos encantos.
E o gozo inundou...
E a noite prosseguiu...
E um choro convulsivo
te descobriu em ti.