Chegamos em casa cansadas de tanta luta.
Meus olhos estão vermelhos de pólvora, como o crepúsculo,
como este fim de dia que mais parece o fim do mundo.
Hoje você me carrega.
Estou mancando de uma perna e apoio o braço em seus ombros.
Você me leva prá dentro do quarto e me deita na cama.
Eu quase que apago mas fico olhando pro teto.
Você me acompanha.
Meus ouvidos são antenas
captando ecos de explosões que estraçalham meu peito.
Não me lembro quantas pontes explodimos,
quantas barreiras dinamitamos.
Estamos deitadas, quase dormindo,
mas ainda vestimos armaduras e você acaricia minhas botas.