Pensas que durmo com os olhos fechados?
Que meus sonhos são momentos perdidos?
Que não trespasso os umbrais de seu quarto?
Que não percebo os teus fremes gemidos?
Durante meus sonhos as noites são claras.
Navego nos ares como num oceano.
Deito ao teu lado na cama onde dormes.
E tu me pressentes tal qual um perfume.
No meio dos sonhos nós nos encontramos.
Com tal firmeza as bocas se igualam.
Com qual destreza os corpos se enlaçam.
Com que certeza se chega no fundo.
Somente o luar assiste esta cena
que se desenvolve num ato profano.
Quando tu estremeces num dado momento
E o vago sorriso que surge em teus lábios.