Não é o colibri que passa apressado na minha casa,
é o colibri que beija, sexualiza a flor batendo asa.
Não é a poesia que sai de uma noite insone
como que no desespero falasse seu nome.
Não é a vida que se leva rasgada de muitos amores,
é o amor regado de duas vidas ímpares e multicores.
Não é a palavra certa após o ato falho,
é o conjunto dos gestos que verbaliza o trabalho.
Não é a estrutura perfeita que faz o verso
é o subtexto que se descobre imerso
nas entrelinhas de uma obra aberta.
Não é a perseguição em lúcido desvario,
não é a idéia brilhante em descoberta,
mas a escuridão deflorada pelo desafio.