Cozinha
A barata ouve-me
Madrugada
Meu corpo inerte
Passeia sem espírito
Pelos males incrustados
Em que estado
Encontram-se os loucos?
Poucos amigos
Que agora celebro
No célebre instante das faltas!
Em que te pautas
Para rires de mim?
Inerte ardor que nunca exala!
Restam nesta sala
Contíguo inseto a me ouvir
É certo o falecer das vontades
Olho a barata sequioso
Com o ardor dos anos sem sexo
Que bicho daríamos?
Cozinha
Ladeio as panelas tampadas
Como se não houvesse fome
Homem que se exauriu
Na busca dos drinks sonâmbulos
Sem mais preâmbulos
Farei sexo
O inseto encara-me
Lascivamente...