Eu te quero como tu vens, sem pai sem mãe, órfão
de blusão de
couro, e o teu couro mesmo é que não perde por esperar.
E se
eu te obrigasse e se você cedesse, e se fosse me fazer vênia
toda manhã, e se a benção que eu te desse fosse
um pontapé?
Os teus beiços lanhados só tendo os meus pra consolar?
Eu te
detesto e te enjeito e te matava de tapa se não fosses
meu
colaço, o irmão que eu abraço, o filho a quem
dou o peito. Eu
te amo e é de lascar o beijo que te dei pra mascarar o
sangue
teu que derramei sem o menor esforço, sem remorso, com
gosto de te arrebentar. E assim eu te trato como eu trato meu
gado, te imponho meu jugo, te abaixo a cabeça, te boto de
mãos postas me pedindo a bênção, me pedindo
um beijo, me
pedindo um tempo.