Desprezando teu estado
entorpecido
pela dor que te causou
minha falta,
continuaria eu pairando
ao redor
de ti, meu amor
até quedares o corpo
sem forças, abandonando-te
ao sono desalentador
dos que ao relento
dormem
e raramente sonham.
Então, como quem
toca uma miragem
num deserto abrasador,
eu beijaria teu rosto
adormecido,
despertando-te em meio
ao convívio momentâneo
do torpor
e da razão,
confundindo-te a boca
do anjo que se me aparenta
com os lábios ardentes
do príncipe nômade
que em sonhos
te visitou.