Eu vejo uma visão paradisíaca
digna de um verso heróico ou verso sáfico.
Mas hoje eu quero é verberar o tráfico
que fez esta nação ficar maníaca!
O vício assume proporções marítimas:
tomando a pena, vou fazer um gráfico,
mostrando o crescimento dessas vítimas,
escravas das angústias ilegítimas,
com um fundo maldizer autobiográfico...
Por isto exorto às câmaras políticas
— que discutem problemas ortográficos —,
para que, em gestos cinematográficos,
façam valer as verdadeiras críticas!
E exijo a precisão de um logarítmo
para acabar com essa miséria trágica:
tudo se mude numa ação de mágica,
para que eu possa decantar com ritmo!
Volte a falar de essências ambrosíacas
que se desprendem das visões seráficas!
Faça imprimir canções nas grandes gráficas,
com o som candente das canções orgíacas!
Que todas as verdades ontológicas
o Poeta possa colocar na súmula,
para que a inspiração, erguendo a plúmula,
faça belas estrofes antológicas!