Até quando, poeta, irás pelo caminho,
em busca de beleza, alegria e ternura,
doando tua vida e todo o teu carinho
à peregrinação que há séculos perdura?
A poesia é teu vício, teu vezo, teu vinho.
E remédio não há. Este mal não tem cura.
Continuas na faina e nunca estás sozinho.
Tantos vivem também na constante procura.
Usando teu poder, tu brincas de mentir.
Despertas sensações, expressas sentimentos.
Vivendo na inquietude, és somente emoção.
E, assim, escreves, lês, rabiscas a seguir.
Começas outra vez, sem queixas nem lamentos.
E não tem fim a tua peregrinação.