CANTA do ponto o que não é
sendo.
CONTA do conto
o que ainda não foi escrito.
CONSTA da constância cotidiana
o inesperado
o insólito
o ensolarado em dias cinzentos.
ENCANTA na costura
a trama da linha
e caminha sobre elas e fia
lúdico e lúcido
o equilibrista na síntese da agulha
na tinta.
IMPLANTA a semente pródiga
na terra dura
fagulha de silêncio
que grita
paradoxal.
DECANTA na alma dos olhos
poeiras e purpurinas
dos nossos ares
presentes e
pressentidos
na mão da arte
sagrada
que agrada sem mistério
semi etéreos
e héteros
elos profanos
do sonho do chão
que chama.
Sirlene Cheriato