Chega de sonhar à beira do cotidiano:
vamos andar pelas ruas!
Vamos tomar sorvete,
comer pipoca,
beijar em público,
provocar inveja.
Nada demais e
tudo demais.
Gargalhar, como tolos, de qualquer coisa.
Ser feliz.
Vamos te encontar na praça,
eu e minhas fantasias:
te quero com o vestido rodado,
aquele perfume
e o batom vermelho.
Hoje não pode haver ontem, nem amanhã
só as coisas que nos façam achar graça.
Ninguém morreu,
está doente ou triste.
Te quero leve,
como sempre imagino,
linda!
Como se fôssemos só eu e você.
Só nós dois na praça.
Luiz Paulo Serôa
Poema do livro: "Pé-de-mesa",
Blocos, 1997, RJ