CRIAÇÃO
Não queiras o cheiro do fogo,
dos tecidos que crepitam,
das fagulhas que te invadem...
Queira que eu seja teu corpo,
que eu seja teu campo de batalha,
que eu seja tua virgem,
santa,
sacerdotisa,
mentora,
aprendiz,
mãe,
irmã...
mulher enfim!
Que eu seja o teu caminho,
que percorrerás palmo a palmo em meu-nosso corpo.
Que encontrarás ao percorrer minha boca.
Que perceberás ao ouvir meus gemidos.
Que realizarás ao nos conduzirmos ao encontro de
nossos
limites.
Nesse momento,
brilharemos sob uma luzinha fátua amarelada,
encurvados lado-a-lado,
entre beijos e juras,
entre orgasmos e juras,
entre juras e juras...
bundas e bundas
sexo e sexo...
Então,
nos semearemos as almas...
enquanto me semearás o ventre...
como plena mostra da mais pura criação.
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