Era ele que me arrebentava
com seu peso de animal
me batia, me cuspia,
me ddixava azinhavrada
como lâmina de punhal.
Era ele que me rasgava
com seu gancho, seu anzol
Me sangrava, me gretava,
me deixava escalavrada
com a ferida exposta ao sol.
Era ele que me amornava
com seu hálito, sua fuligem
me matava a fome, a sede,
me esculpia em sua rede,
me arrancava da vertigem.
Era ele que eu amava
com meu grito que não ecoa,
minha ânsia, meu pavor,
minha vida estrangulada,
minha asa que não voa.
.
Do livro: "Maus Antecedentes", Editora Pirata, 1981,
PE