Tzvietáieva e o céu do poeta
Para Dora Ferreira da Silva
Aproveite agora que o filho bateu a porta
e saiu a trabalhar para seus senhores:
arme a forca com precisão e calma de poeta.
Que país ouvirá sua voz dissonante,
sempre em vigília, a quem nada contenta?
Que o corpo seja jogado na vala-comum
sem necessidade de qualquer cerimônia.
A poesia
— corpo que ganha espírito
espírito em corpo encarnado —
entrará inteira, imaculada,
no reino onde não existe julgamento.
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