Trago da infância como visgo na memória
O perfume de fruta madura nas mãos.
Laranjas e tangerinas tão indiscretas,
O cheiro quase sensual de cajás e mangas,
Alegre colheita nas árvores do quintal.
Hoje, entre as gôndolas do supermercado,
Escolho, peso, em colheita tão diversa
Frutas contadas já em suas embalagens,
Belas, perfeitas, todavia sem fragrância...
E, comprando sem provar, sinto-me roubada.