Fecho com cuidado portas e janelas,
Cobrindo de negro cada fresta.
Há perigo lá fora.
Não são, porém, bombas nem aviões
Que ameaçam, que assustam...
Que roubam a liberdade...
Há perigo iminente lá fora
No mundo intransigente que rejeita,
Que exclui o que foge a seus padrões.
Impaciente espero no escuro
Que a noite acabe, que o perigo cesse,
Que se cale a voz do preconceito.
Fecho cautelosamente portas e janelas,
Cobrindo de negro cada fresta,
Vestindo de silêncio meu poema.