A cidade que WW filma,
fixa-se
como signo
que inunda de significado
cada cena
A cidade que WW filma,
filtra do filme
suas entre-linhas
suas entre-cenas
suas entre-histórias
sua essencialidade
A cidade que WW filma,
fermenta-se
de hipersentido
A cidade que WW
filma,
não se fecha
abre-se
vai além
fere as fronteiras
vislumbra as frestas dos ângulos
A cidade que WW filma,
confabula sobre a vida
sobrevoa-se
como numa viagem metafísica à suas entranhas
estranhas
tramas
A cidade que WW filma,
fascina-se
sem excesso
nem caos
apenas pensa-se
contempla-se
contemporiza-se
A cidade que WW filma,
fomenta
seu tempo: zeitgeist
seu espaço: genius loci
seu sujeito: o Homem da Modernidade
seu objeto: representação
seu tema: a existência
A cidade que WW filma,
não é falsa
não é farsa
não é fantasia
não é fantoche
não é ficção
faquir de sua própria realidade
busca-se
questiona-se
A cidade que WW filma,
não é
fim
em si
é meio
A cidade que WW filma, finge que é imagem mas é
História
A cidade que WW filma,
Fica